A chamada “Casa do administrador”, primeiro ponto de visitação do roteiro sugerido dentro do percurso do Museu Vivo do São Bento é um imóvel que como o nome sugere serviu de moradia para o administrador do Núcleo Colonial São Bento, projeto getulista de reassentamento agrícola getulista criado em 1932 e extinto em 1960. Construída ao longo dos anos 50, dispõe de ampla varanda aberta e cômodos espaçosos e arejados. Localizava-se na entrada principal do Núcleo, próximo ao seu portal principal, de onde a entrada e saída de moradores e visitantes podia ser monitorada e disciplinada..
Hoje a edificação situa-se no campus da FEUDUC e abriga a “Casa da Pesquisadora Marlúcia Santos de Souza”, instância de pesquisa da Faculdade voltada para integrar as áreas de conhecimento da Instituição e coordenar esforços de pesquisa sobre a Baixada Fluminense.
A majestosa Casa de Vivenda do Engenho São Bento do Aguassú foi construída entre os anos 1754 e 1757. O engenho por sua vez foi assentado ainda em 1565 por Cristovão Monteiro, lugar-tenente de Estácio de Sá, tendo recebido essa sesmaria em agradecimento por sua participação na luta e expulsão dos franceses que exultou na fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Em 1591, essas terras passam a administração da Ordem de são Bento.
Esse bela edificação, que se espraia pela rua principal do bairro São Bento, é um raro exemplar da arquitetura colonial voltada a produção do açúcar no Sudeste do Brasil e o único ainda em pé e relativamente completo, apesar de sua conservação ainda não ser a ideal, ao longo de todo o Recôncavo da Guanabara.
Ao seu lado a belíssima Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens de Cor. Sua edificação ocorreu ao longo do século XVII, quando integrou a freguesia de Santo Antonio de Jacutinga como capela filial dessa matriz, em terras pertencentes aos municípios de Duque de Caxias e Belford Roxo, tornando-a um raro exemplar da arquitetura religiosa barroca na região e no estado do Rio de Janeiro.
O Complexo atualmente encontra-se sob a gestão da Diocese de Duque de Caxias assim como a Casa de Formação São Francisco de Assis em anexo. Nas dependências da Casa podem ser visitadas exposições que apresentam a trajetória histórica da Fazenda São Bento e da região como um todo ao longo dos séculos XVII, XVII e XIX apresentada como área de passagem da produção aurífera e cafeeira desenvolvida ao longo desse período.
A chamada “Tulha Principal” é uma ampla edificação situada diante da Fazenda São Bento que servia de local de armazenamento da produção dessa unidade produtiva. Ao longo da instalação do Núcleo Colonial São Bento foi reformada e ampliada ganhando suas feições arquitetônicas atuais. Atualmente abriga equipamentos da Secretaria de Obras do município de Duque de Caxias e avizinha-se de duas outras edificações menores que aguardavam as mesmas funções de armazenamento.
Em 2008 foi oficialmente incorporado ao Museu Vivo de São Bento estando sob sua administração direta. Destina-se, dentro do plano estratégico do uso cultural dos espaços do Museu, a abrigar o projeto “Armazém Cultural” que pretende ser um espaço de abrigo de espetáculos culturais com área de palco externo e espaços internos divididos em salas para aulas de teatro, sala de cinema, café literário e espaços de exposições fixas e itinerantes.
A edificação funcionou até o século XIX como mais um espaço de armazenamento da Fazenda e no século XX como Farmácia de manipulação de quinina usada no combate as endemias que assolavam a região. Ao longo da existência do Núcleo Colonial foi utilizado como Farmácia e Posto Médico para atender as necessidades dos moradores. Após a década de sessenta do século XX, com a extinção do projeto do Núcleo, passa para administração municipal abrigando nos anos setenta e oitenta projetos de recuperação de jovens em situação de risco ( RENASCER/REVIVER). Assim como a tulha principal esse imóvel encontra-se, desde 2008, sob a administração direta do Museu vivo do São Bento onde se projeta a instalação de área museal destinada a apresentar a História da Cidade e da Educação da Cidade e da Baixada Fluminense.
Atualmente residência particular o imóvel abrigou ao longo dos anos 40 e 50 uma unidade de Telegrafia do governo Federal que servia ao Núcleo colonial em particular e ao município do Rio de Janeiro, nessa época capital do país, como um todo. O pesquisador Rogério Torres afirma que a notícia do fim da segunda Guerra Mundial chegou ao país através dessas instalações.
A edificação erguida ao londo da década de 40, serviu originalmente como espaço de trocas realizadas pelas cooperativas dos colonos do Núcleo Colonial São Bento. Na década de 50, foi transformada em escola para os filhos dos colonos recebendo o nome da esposa do administrador do Núcleo, Nísia Vilela Fernandes. Nos anos 70, a escola foi municipalizada e nos anos 90 transferida para um imóvel novo situado ao lado da FEUDUC.
Hoje suas dependências abrigam as instâncias administrativas do MUSEU VIVO DO SÃO BENTO, do Centro de Referência Patrimonial e Histórico do Município de Duque de Caxias (CRPH), do Centro de Pesquisa, Memória e História da Educação de Duque de Caxias e da Baixada Fluminense (Cepemhed) e do Arquivo Público Municipal e guarda em suas paredes e espaços internos, através de imagens, objetos e símbolos, inúmeras referências da História, Cultura e Patrimônio da cidade de Duque de Caxias e da Baixada Fluminense.
Vizinha a sede administrativa do Museu Vivo do São Bento, temos uma das casas remanescentes de um conjunto de 70 que foram construídas pelo Ministério da Agricultura, nos anos 40, para serem ocupadas pelas famílias dos colonos e funcionários do Núcleo Colonial São Bento. Essas residências formavam um conjunto padronizado, desprovidas de cercas, pintadas de branco e azul e dispunham cômodos, de dimensões modestas, divididos em uma pequena varanda frontal, sala, dois quartos e cozinha que tinha, originalmente, um fogão de lenha.
Quando o Núcleo foi extinto nos anos 60, os moradores permaneceram e as casas foram sendo modificadas e ampliadas perdendo assim, na maioria dos casos, seu padrão arquitetônico original. A casa vizinha a sede do Museu é uma das poucas que mantém seu padrão original. O que se pretende é musealizá-la, tornando-a uma Casa Museu que apresente aos visitantes os aspectos da vida cotidiana das famílias dos colonos e funcionários do Núcleo Colonial.
As edificações do atual Esporte Clube São Bento serviram, em tempos coloniais, como casa de Farinha da Fazenda São Bento do Iguaçu. Durante as obras de instalação do Núcleo Colonial São Bento, nas décadas de 30 e 40, serviu de abrigo aos trabalhadores construtores das demais instalações do Núcleo e seus primeiros colonos solteiros. Em 1948, suas instalações foram ampliadas e constituiu-se o Esporte Clube São Bento para servir de área de
lazer da comunidade. Ao longo das décadas, o espaço abrigou festas de casamento, bailes de carnaval e eventos sociais, e para exibição de filmes.
Em seu campo de futebol, além dos jogadores amadores da própria comunidade e atletas do próprio Esporte Clube São Bento, atuaram expoentes do futebol nacional, como o craque Garrincha e Roberto Dinamite, cuja família, que ainda vive no bairro, é uma das que constituíram o grupo de moradores originais do Núcleo.
O sítio arqueológico Sambaqui do São Bento é uma riqueza patrimonial da cidade, da região e do país. Trata-se de um sítio arqueológico de encosta formado por empilhamento de conchas de moluscos, carapaças de crustáceos, ossos de peixes, aves e pequenos mamíferos, que foi progressivamente coberto por solo e vegetação e que revela os aspectos da vida dos primeiros habitantes do litoral brasileiro, os chamados “Povos do Sambaquis”. A palavra sambaqui, na língua tupi, significa literalmente “montanha de conchas”.
O sítio, situado em terrenos no fundo do bairro São Bento, foi redescoberto em 2008 e escavado em 2010 pelo IAB( Instituto de Arqueologia Brasileira), revelando dois enterramentos humanos datados de 4.000 A.P e preciosos artefatos utilizados por essa comunidade paleoindígena. Todo o espaço do sítio, batizado de “Sítio Arqueológico Sambaqui do São Bento” pretende abrigar um complexo de recepção de grupos, com local para acolher os visitantes e abrigar exposições e trabalhos de pesquisa sobre a História dos “Povos dos Sambaquis” e do povos nativos que os sucederam no litoral do sudeste do Brasil e no Recôncavo da Guanabara – os Tupinambás.
A edificação é uma das três vizinhas que serviram de área de armazenamento da produção da Fazenda São Bento do Iguaçu e que na época da consolidação do Núcleo Colonial São Bento manteve sua função. Atualmente abriga a sede do Moto Clube Veneno da Cobra.
Ocupação construída nos anos 80 por lideranças femininas do movimento popular, que implantou moradias populares no logradouro hoje conhecido como NOVO SÃO BENTO. É um marco da memória militante que o MUSEU VIVO DO SÃO BENTO procura preservar e estimular.
No âmbito do percurso do MUSEU VIVO, temos a oportunidade de observar as margens do Rio Iguaçu em diversos pontos. Trata-se do maior rio da Baixada Fluminense e importante via de acesso para a colonização da região. Hoje se encontra muito degradado pela poluição residencial e industrial.
Formam um conjunto de pequenas elevações que se estendem a partir dos fundos da Sede Administrativa do Museu Vivo. O Morro da Marinha guarda uma vegetação relativamente preservada e conta com um acesso ao seu cume, em forma de escadaria, e mirante. Já o Morro do Céu foi degradado pela exploração ilegal de saibro.
As belas edificações que formam o conjunto arquitetônico do Centro Pan-americano , com sua majestosa alameda de palmeiras imperiais, destaca-se na paisagem de quem segue a Avenida Leonel de Moura Brizola. O instituto foi criado em 1951, a partir de um acordo bilateral assinado entre o governo brasileiro e a OEA (Organização dos Estados Americanos). Atualmente encontra-se sob a gestão da Organização das Nações Unidas, a ONU.